quinta-feira, 25 de junho de 2009

Histórias plausíveis (O garoto e o Elefante)

Um garotinho pequeno aproximou-se e me disse:
- Quando eu estiver na Índia, falarei aos elefantes, eles têm orelhas grandes e me poderão ouvir.
Tomado de sincera curiosidade, perguntei a ele o que, afinal, ele diria aos elefantes. Ao que me respondeu:
- Se pudesses escutar-me, não precisaria ir a Índia ter com os elefantes.

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Durante muito tempo fui um vendedor de mentiras. Trabalhei por algo que não condizia com minhas crenças. Convencia as pessoas de uma receita de felicidade que não servia a mim mesmo. Para redimir-me do erro, passei a falar sobre o que eu acredito. Mesmo que essas receitas sejam tantas quantas são as pessoas, sentia falta de agir coerente. A história acima tem a ver com esse momento. Embora ainda tenha o desejo de conhecer a Índia, é mais prudente respeitar as estações e evitá-la em pleno verão. Tomo, portanto, o caminho pra China. Meu visto sai em cinco dias. Fico pra ver o Festival de Shandur e parto em seguida...Insha Allah.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Chitral (photos)

Paquistaneses jogando com a camisa da seleção brasileira. Mesmo que eles não saibam se o Brasil fica na Europa ou na África.
O futebol colocou o Brasil no mundo. Não importa onde, todos conhecem esse nosso talento.

Ele me disse que era jornalista, agora é um "pagal". Faz algum sentido, não?


Apenas mais uma loja nas ruas de Chitral.

Não se pode dizer que tudo sejam flores. Outro dia resolvi dizer a um sujeito que acho cruel a maneira como eles tratam as mulheres no Islã. Em Chitral, a maioria das mulheres adultas que vi (quando as via), usava a burca.

A decoração dos caminhões continua me fascinando.



O cozinheiro...

...o rango.


Também em Chitral, crescendo nas ruas por todos os lados.


Um dos meus restaurantes preferidos em Chitral. Não há na maioria das cidades do Paquistão nenhum lugar mais "arrumado". Tudo é muito simples e pobre mas encontrei vários mochileiros que se sentem bastante atraídos pela comida paquistanesa. Para um brasileiro entretanto não há em lugar algum comida que se compare a do meu país.

sábado, 20 de junho de 2009

Laspur (photos)

Laspur é uma vila pequenina onde fui obrigado a passar um dia a caminho de Chitral. O povo é predominante Ismaili, uma das vertentes mais moderadas do Islã.




Os Iaquis, uma espécie de touro peludo.




O final da caminhada e ao fundo, Laspur.

domingo, 14 de junho de 2009

Ilustrações e textos (2)

As vezes sinto saudade de todas as vidas que já tive e das pessoas que eu fui. Isso traz uma solidão sem cura que pressiona o peito de dentro pra fora e o arrebenta. Mas colecionar vidas é um vício que não posso evitar. Por isso sigo meu caminho abraçando mundos.

No Paquistão aprendi a viver do essencial ao invés de viver do excesso. "Tocar o mundo de leve ao invés de espremê-lo", como diria Juan Matus.

sábado, 6 de junho de 2009

Hunza, mais algumas fotos

Sempre admirei os pássaros. Ao contrário das pessoas eles jamais se esquecem que têm asas.


Os "makipays", um desafio pros paparazzi. Eles parecem sempre sentir a presença das lentes e tentar evitá-las.




Em um de meus primeiros sonhos xamânicos, minha Mentora soprava essas flores. De alguma forma eu sabia que as sementes que voavam espalhando-se, significavam a sabedoria sendo compartilhada.

Flor de macieira.

Garota paquistanesa em uniforme escolar.

A caminho de Ultar Meadows. Lá em baixo, Karimabad.



Hakaposhi entre as nuvens.


Lady Finger visto de Ultar Meadows.

Mini Sir e "Pagal Fazal". A palavra para louco em hurdu é "pagal" cuja etimologia significa "aquele que encontrou a Verdade".

sexta-feira, 5 de junho de 2009

História Plausível Especial

No Paquistão ser turista é quase como ser uma celebridade. Se você parar para apertar a mão de todos que te cumprimentam, você não sai do lugar. Depois de estar por algum tempo no país, a coisa começa a encher um pouco a paciência. Os diálogos invariavelmente começam da mesma forma: de onde você é, qual o seu nome, você gosta do Paquistão, etc.
Uma das perguntas mais frequentes é se viajo sozinho, a qual sempre respondo dizendo:
- Não, viajo com dezenas de pessoas.
Espero um momento enquanto eles expressam certa confusão e um sorriso meio sem graça e em seguida completo, batendo com a mão sobre o peito:
- Meus amigos viajam comigo, carrego-os todos aqui no coração.

É por isso que o blog se tornou uma coisa viciante. Bom viajar com vocês.